Belém- Pará- Brasil

terça-feira, 30 de abril de 2013

A água é um recurso natural esgotável

Leia com seus alunos.

Estudos sobre o sistema hídrico mundial são unânimes em indicar que, se a média de consumo global de água não diminuir no curto prazo, teremos problemas de escassez. O Brasil, que tem uma parcela significativa de água doce, também está ameaçado


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Foto: Pier/Getty Images
Foto: Pier/Getty Images
 
           Você acorda de manhã, acende a luz, toma um banho quente e prepara o café. Após se alimentar, limpa a boca com um guardanapo e lava a louça. Vai ao banheiro, escova os dentes e está pronto para dirigir até a escola para mais um dia de trabalho. Se parar para pensar, vai ver que, para realizar todas essas atividades, foi preciso usar água. A energia vinda das quedas d’água (via hidrelétricas) é que faz lâmpadas acenderem, chuveiros aquecerem e geladeiras refrigerarem. E para produzir o guardanapo que você passou pela boca é necessária muita água. Sem esquecer que o combustível de seu carro também contém
a substância.

           Usando uma expressão que tem a ver com o tema, seria "chover no molhado" dizer que a água é essencial para a nossa vida. Sem ela em quantidade e qualidade adequadas, não é apenas o desenvolvimento econômico-social e a nossa rotina que ficam comprometidos, mas também a nossa própria sobrevivência. Só existimos porque há água na Terra. Por isso, a disponibilidade desse recurso é uma das principais questões socioambientais do mundo atual. De acordo com o relatório trienal divulgado em 2009 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 2025, cerca de 3 bilhões de pessoas - mais da metade da população mundial - sofrerão com a escassez de água. "Se a média de consumo global não diminuir, o cotidiano da população pode ser afetado drasticamente, inclusive no Brasil", diz José Galizia Tundisi, presidente do Instituto Internacional de Ecologia de São Carlos e autor de livros sobre o tema (leia o artigo na última página).

                Para ficar por dentro do assunto, o primeiro passo é compreender que, diferentemente do que ocorre com as florestas, a água é um recurso que tem quantidade fixa. Em teoria, dá para reflorestar toda a área desmatada da Amazônia, pois as árvores se reproduzem. Mas não é possível "fabricar" mais água. Segundo O Atlas da Água, dos especialistas norte-americanos Robin Clarke e Jannet King, a Terra dispõe de aproximadamente 1,39 bilhão de quilômetros cúbicos de água, e essa quantidade não vai mudar. Desse total, 97,2% dela está nos mares, é salgada e não pode ser aproveitada para consumo humano. Restam 2,8% de água doce, dos quais mais de dois terços ficam em geleiras, o que inviabiliza seu uso. No fim das contas, menos de 0,4% da água existente na Terra está disponível para atender às nossas necessidades. E a demanda não para de crescer.
        A escassez hídrica na África é um problema econômico
Robin Clarke e Jannet King fazem um alerta: "Não se engane: o abastecimento de água no mundo está em crise, e as coisas vêm piorando". A crise a que eles se referem pode ser de três tipos. Há escassez física quando os recursos hídricos não conseguem atender à demanda da população, o que ocorre em regiões áridas, como Kuwait, Emirados Arábes e Israel, ou em ilhas como as Bahamas. E existe a escassez econômica que assola, por exemplo, o Nordeste brasileiro e o continente africano. Há ainda regiões ou países que vivem sob o risco de crises de abastecimento e de qualidade das águas pelo uso exagerado do recurso. Austrália, Espanha, Inglaterra, Estados Unidos e Japão sofrem com isso. "A recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU) é que o consumo médio seja de 50 litros diários por habitante. Há países em que esse índice não passa de 5 litros. Já nas regiões mais desenvolvidas, uma pessoa usa em média 400 litros por dia", diz Tundisi.
           A crise pode ser explicada por vários motivos: desmatamento, ocupação de bacias hidrográficas, poluição de rios, represas e lagos, crescimento populacional, urbanização acelerada e o uso intensivo das águas superficiais e subterrâneas na agricultura e na indústria (veja o infográfico)."Especialmente nos últimos 100 anos, o impacto da exploração humana dos recursos hídricos aumentou muito e trouxe consequências desastrosas", comenta Tundisi. De fato, segundo a Unesco, de 1900 a 2025, o total anual de consumo de água no mundo terá aumentado quase dez vezes.

(fonte Brasil escola)Luís Souza (novaescola@atleitor.com.br). Ilustrações: Rogério Fernandes

Análise das escritas das crianças

Análise das escritas das crianças
<i>Eu sei todas as letras</i> Fotos Raoni Maddalena

"Eu sei todas as letras" As grafias das fichas do rato explicitam que o aluno sabe as letras necessárias para escrever o nome do bicho, mesmo não usando todas de uma vez. Ele registra ATO e depois RTO, ou seja, ora escreve a vogal (A), ora a consoante (R) da primeira sílaba. O mesmo ocorre nas fichas do sapo: o estudante primeiro grafa APO e depois SAO. Para a primeira sílaba, usa A e depois SA. Ele também varia a composição da segunda com PO e O. Ambos os casos são exemplos claros de alternância grafofônica.
<i>Onde uso essa letra?</i> Fotos Raoni Maddalena

"Onde uso essa letra?" Os registros das fichas da zebra revelam que o aluno escolhe usar uma letra para cada sílaba (Z e A). Depois, nota que existe outra (B), que também é importante para escrever a palavra. Porém ele não sabe exatamente onde colocá-la. Esse é um caso de escrita de desordem com pertinência, tal como ocorre nas cartas da girafa. Inicialmente, a criança opta por escrever IAA, revelando que usa uma letra para cada sílaba. Depois de pronunciar o termo em voz alta algumas vezes, descobre o F e acrescenta a letra por último.
<i>O lugar da letra é aqui</i> Fotos Raoni Maddalena

"O lugar da letra é aqui" Nas fichas do tatu, é possível observar que no primeiro momento o estudante escolhe uma letra para escrever cada sílaba (A e U). Em seguida, para preencher a segunda carta, ele acrescenta o T para complementar a primeira sílaba, deixando a segunda somente com a letra U - o que indica uma escrita silábica. Já nas fichas do galo, a criança grafa AOL inicialmente, compondo a segunda sílaba com letras pertinentes (O e L), porém em desordem, e em seguida a escreve de modo ordenado (ALO).

Alfabetização: vamos criar fichas para um jogo de memória?

Nessa atividade, as crianças comparam suas produções com as dos colegas, colocam à prova o que sabem e constroem conhecimentos sobre o sistema alfabético.

 Baixe aqui as fichas para construir o jogo da memória 

com os alunos!

Dentre os vários momentos delicados da alfabetização inicial, existe um que merece muita atenção: a passagem da hipótese silábica para a silábica alfabética. É a fase em que a meninada começa a abandonar a escrita quase sempre feita só com vogais e passa a escrever acrescentando consoantes. "A introdução das consoantes desorganiza o sistema anterior e as crianças devem empreender a penosa tarefa de encarar os desafios de encontrar uma nova organização", afirma a psicolinguista argentina Emilia Ferreiro no artigo A Desestabilização das Escritas Silábicas. Nesse processo, o aluno registra uma mesma palavra de modos distintos, em momentos diferentes, ainda em busca de uma estabilidade para escrever.

Para compreender o fenômeno e ajudar a garotada a progredir nas hipóteses de escrita, há diversos caminhos. Um deles é um projeto didático que prevê a produção de fichas para um jogo da memória. A proposta - criada pela pesquisadora Claudia Molinari, argentina especialista em alfabetização inicial - . hoje , O tema escolhido foi animais e as crianças tinham de escrever o nome dos que já conheciam

Plano de aula 4º ao 6º ano Matemática da reciclagem

OBJETIVOS
Analisar, por meio de ferramentas matemáticas, a reciclagem de lixo.

CONTEÚDOS
Operações básicas.
Proporção.
Regra de três.
Porcentagem.
Equações.
Construção de gráficos e tabelas.

ANOS
4º ao 6º.

TEMPO ESTIMADO

De um a dois meses.

MATERIAL NECESSÁRIO

Jornais e revistas.

DESENVOLVIMENTO
1ª ETAPA
Apresente o problema a ser estudado debatendo a importância da reciclagem. Por que é necessária? Quem a pratica de fato? Peça que os alunos coletem reportagens sobre o tema e proponha o trabalho prático: um estudo sobre os números da reciclagem. Divida a classe em grupos, cada um responsável pela pesquisa de um insumo reciclável: papel, vidro ou alumínio, por exemplo. Para incentivar a turma, organize um plano de coleta de latas de alumínio a fim de arrecadar fundos para a compra de algum bem para a escola.

2ª ETAPA
Decidido o tema que cada grupo vai pesquisar, formule perguntas sobre ele que possam ser respondidas com grandezas matemáticas. Exemplos:

Quanto lixo é produzido em média por uma pessoa adulta?

Quanto desse material é reciclado?

Quantas latas de alumínio são produzidas no Brasil? E recicladas?

Um quilo de alumínio corresponde a quantas latas de refrigerante?

3ª ETAPA
Nesta fase, os alunos interpretam os dados pesquisados, aplicando conteúdos matemáticos para obter novos dados. Usando operações
básicas, é possível calcular a quantia que pode ser arrecadada:

Número de alunos x número de latas por aluno = total de latas por mês

Número de latas por mês x meses do ano letivo = total de latas por ano

Total de latas por ano ÷ 75 latas (equivalente a 1 quilo de alumínio) = quilos de latas por ano

Quilos por ano x R$ 1,50 (preço do quilo de lata) = quantia arrecadada Estimule a turma a registrar processos e resultados por escrito.

4ª ETAPA Debata como os números obtidos podem ser apresentados de forma simples ao grupo. Incentive a turma a pesquisar diversos tipos de gráficos e tabelas: em barras, setores etc. Se houver acesso ao programa Excel, apresente diferentes maneiras de elaborar gráficos no computador.

PRODUTO FINAL

Apresentação dos resultados na forma de pôsteres ou seminários.

AVALIAÇÃO

Verifique o uso de fontes confiáveis, a avaliação dos resultados, a precisão nos cálculos e a aplicação adequada de ferramentas matemáticas. 



segunda-feira, 29 de abril de 2013

Gerenciamento do orçamento familiar

Mostre aos alunos que a administração do orçamento da família implica confrontar custos e benefícios e proponha algumas situações problema para que a turma compreenda o funcionamento das finanças

Objetivos
- Compreender o funcionamento das finanças, selecionando informações, tomando decisões com base nessas informações para agirem de acordo com os objetivos a atingir da forma mais eficiente;
- Comparar diferentes ofertas, visando a tomada de decisão informada e responsável;
- Agir de forma eficaz em relação a assuntos financeiros relacionados com as suas necessidades;
- Prever as consequências positivas e negativas de diferentes decisões e ações.

Conteúdo
- Gerenciamento de um orçamento familiar.

Anos
9º ano

Tempo estimado
Cinco aulas.

Materiais necessários
Cópia dos problemas apresentados nesta sequência e calculadoras.

Desenvolvimento
1ª etapa
O desenvolvimento da capacidade de fazer escolhas fundamentadas e informadas compreende a análise e julgamento com base em informações e decisões efetivas. Isso é ainda mais evidente quando o assunto versa sobre o uso e gerenciamento do dinheiro.
Para mobilizar os alunos promova uma discussão com a turma baseada nas seguintes questões: "Você sabe o que é renda familiar?", "E qual a diferença entre salário bruto e salário líquido?", "Você considera importante que uma família planeje suas despesas?".
No momento em que os alunos expuserem suas opiniões é importante instigá-los a justificá-las. Nessa discussão, espera-se que os estudantes identifiquem renda familiar como a somatória dos valores recebidos pelos membros da família e que reconheçam que uma das vantagens do planejamento das despesas é o controle tanto do orçamento (não gastar mais do que se ganha), quanto das emoções (não comprar tudo o que vê), permitindo o conhecimento das reais condições financeiras para melhor administrá-las.
Caso não seja do conhecimento da turma, explique que salário líquido é o salário do qual já foram descontadas as contribuições obrigatórias, como a do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) e do IRPF (Imposto sobre a Renda da Pessoa Física), por exemplo.

2ª etapa
Com os alunos mobilizados, proponha que resolvam, em duplas, a seguinte questão:
O Senhor Gauss tem um salário líquido de R$ 1 857,32 e sua esposa, Dona Márcia, recebe R$ 1 563,28 por mês. O Sr. Gauss e D. Márcia têm dois filhos: Leibniz e Sofia.
Qual a renda familiar do Sr. Gauss?
Sabendo-se que renda familiar per capita é aquela proveniente de todos os familiares residentes na mesma casa, dividida pela quantidade desses componentes, determine a renda familiar per capita da família do Sr. Gauss.
Sofia concluiu o terceiro ano do Ensino Médio em uma escola pública e almeja ingressar em uma universidade. Pesquisando na internet Sofia encontrou a informação de que poderia requerer uma bolsa de estudos pelo Prouni, caso ingresse em uma instituição particular de ensino superior. Se a renda familiar per capita for de até um salário mínimo e meio ela poderá requerer bolsa integral. Se a renda familiar per capita for de até três salários mínimos ela poderá requerer bolsa parcial. Caso Sofia seja aprovada na instituição de ensino superior em questão a qual das bolsas ela poderá concorrer? Justifique sua resposta.
O Sr. Gauss está almejando uma promoção. Se isso acontecer ele terá 12% de aumento salarial. Com base nessa informação determine se haverá alguma mudança na resposta da questão do item anterior justificando-a.
Enquanto as duplas resolvem as questões propostas, circule pela sala tanto para acompanhar as discussões nos grupos, quanto para realizar intervenções. Observe os registros que estão sendo realizados e verifique se aparecem diferentes estratégias de resolução para serem compartilhadas na discussão com todo o grupo. Por exemplo, na questão proposta no item iv há alunos que calculam, primeiramente, o valor do aumento no salário do Sr. Gauss e depois somam o salário antigo com esse aumento enquanto outros alunos podem realizar um único cálculo multiplicando o salário antigo por 1,12.
Assim que os grupos concluírem, abra para o debate não só das respostas, mas dos caminhos que os alunos utilizaram para chegar a elas.

3ª etapa
Com os alunos novamente reunidos em duplas proponha uma nova situação. Veja, na tabela abaixo, o controle de gastos mensal da família Gauss.

Aluguel
350,00
Alimentação
900,00
Transporte coletivo/combustível
280,00
Plano de saúde familiar
432,00
Telefone fixo e celular
104,00
Internet
84,00
Aulas de Inglês do Leibniz
98,00
Água e luz
152,00
Consórcio automóvel
550,00
A sobra de salário da família é utilizada para fazer passeios culturais em alguns finais de semana ou para algum gasto imprevisto, como o que aconteceu no final deste mês: a geladeira da família Gauss estragou e não tem conserto. Com isso eles tiveram que providenciar a compra de uma nova geladeira. O produto escolhido foi pesquisado em diferentes lojas:
Loja 1: R$ 1499,00 em 12 parcelas fixas ou com 10% de desconto à vista.
Loja 2: R$ 1499,00 em 12 parcelas fixas ou R$ 14,49 de desconto no pagamento à vista.
Loja 3: R$ 1349,00 em 12 parcelas fixas ou R$ 1.254,57 no pagamento à vista.
Após escolherem o produto a família Gauss deve optar por uma forma de pagamento considerando suas condições financeiras. Vejam as opções disponíveis para serem analisadas:
- Comprar o produto a prazo.
- Comprar o produto à vista. Nesse caso, o Sr. Gauss pegará emprestado R$ 1000,00 do seu colega de trabalho (usando, assim a sobra do orçamento do mês para completar o valor da geladeira). A taxa de juro combinada foi de 2% ao mês. Ficou acertado na proposta que o juro seria calculado sobre o saldo devedor e que o Sr. Gauss abateria da dívida R$ 400,00 todo mês.
- Comprar o produto à vista, mas nesse caso o Sr. Gauss pegará emprestado R$ 1000,00 do Banco pagando seis parcelas fixas de R$ 182,66 que serão abatidas diretamente na sua conta corrente a cada 30 dias a partir da contratação do empréstimo.
Considerando o exposto acima qual das opções disponíveis seu grupo considera mais vantajoso? Não se esqueçam de justificar a escolha feita.
Enquanto os alunos estiverem realizando a atividade, circule pela sala realizando observações e orientando as duplas quando necessário. Na finalização dessa etapa proponha que as duplas exponham para a turma as suas considerações em relação à justificativa escolhida. O mais importante é promover um debate acerca das justificativas apresentadas tendo em mente que administrar um orçamento familiar é fazer escolhas confrontando custos x benefícios. Por exemplo, uma dupla pode ter escolhido como mais vantajoso optar pela compra a prazo justificando que as prestações não serão reajustadas, o prazo para efetuar esse pagamento é de 12 meses em comparação com as outras opções e que a prestação assumida não compromete consideravelmente o orçamento familiar, visto que outros imprevistos podem ocorrer e a margem de sobra será muito pequena ao optar por ii ou iii. Outro grupo poderá optar por i justificando ser a opção mais vantajosa economicamente.

Avaliação
Para analisar o que os alunos aprenderam proponha outros desafios.
Dona Márcia quer comprar um novo liquidificador. Ela tem os R$ 80,00, mas tem que decidir entre duas opções:
i. Comprá-lo parcelado, pois assim ela paga a entrada, coloca o restante na caderneta de poupança por um mês (considerando um rendimento de 0,5% no mês) e depois resgata o dinheiro para pagar a outra prestação.
ii. Pagar à vista.
Qual das opções é financeiramente mais viável para D. Márcia? Por quê?
Acompanhe as duplas durante a realização de cada etapa. Observe se os alunos participam ativamente das atividades, discutem e propõem soluções. Verifique também se os alunos calculam o rendimento da poupança sobre R$ 39,00 ao invés de R$ 80,00 como muitos alunos podem pensar. Na finalização da atividade é esperado que os alunos reconheçam que pagar à vista o produto é mais viável financeiramente.
Sugestões, caso sua escola disponha de um Laboratório de Informática.
Em http://tecnologia.uol.com.br/album/planilha_de_gastos_excel_album.htm#fotoNav=8 temos à disposição dicas para criar uma planilha de gastos mensais personalizada. Muito útil para ensinar a garotada a controlar o orçamento.
Em http://webeduc.mec.gov.br/portaldoprofessor/matematica/condigital2/ clique em Matemática Financeira e logo em seguida, no menu à direita, em juros compostos. Ao acessar o simulador os alunos poderão resolver as questões propostas.
Consultoria Andréia da Silva Brito
fonte brasil escola.

> Ensino Fundamental 2 > Arte > Artes visuais > Modalidades Projeto Exposição fotográfica sobre o trabalho no campo

Ao estudar a obra de artistas que retrataram a vida no campo, os alunos da professora Vera Terrabuio Lucato, desenvolveram a percepção sobre o trabalhador rural e aprenderam mais sobre a técnica fotográfica para produzir as próprias imagens
Aluna da professora Vera Lucato fotografa na feira da cidade de Dois Córregos

Objetivos
- Pesquisar e conhecer artistas de outras épocas e da atualidade que retrataram o trabalho e o trabalhador rural.
- Compreender a importância do trabalhador rural e relacioná-lo com imagens que o retratam, em diferentes épocas, feitas por diferentes artistas.
- Compreender a arte de fotografar como uma forma de registro e impacto social.
- Registrar imagens do trabalho e trabalhador rural com qualidade e sensibilidade, por meio da fotografia.

Conteúdos
- Fotografia.
- História da arte.

Anos
8º e 9º.

Tempo estimado
10 aulas.

Material necessário
- Livros Mestres do Brasil: José Ferraz de Almeida Junior (Nereide Schilaro Santa Rosa, Ed. Moderna), Mestres do Brasil: Candido Portinari (Nereide Schilaro Santa Rosa, Ed. Moderna), Terra (Sebastião Salgado, Companhia das Letras) e Mestres do Brasil: Jean Baptiste Debret (Douglas Tufano, Ed. Moderna).
- Computadores com acesso à internet.
- Datashow.
- Câmeras fotográficas digitais.

Desenvolvimento 1ª etapa
Converse com os alunos sobre o mundo do trabalhador rural. O que eles pensam a respeito? Como julgam ser o cotidiano de quem trabalha em contato com a natureza? Conhecem alguém com essa ocupação? Qual a influência do trabalho agrícola no cotidiano da sociedade atual e para o desenvolvimento da cidade? Proponha à turma estudar como a arte, no decorrer da história, aborda esse tema e fazer fotos para organizar uma exposição fotográfica sobre o trabalho e o trabalhador do campo.


2ª etapa
Peça que os alunos, divididos em grupos, realizem uma pesquisa sobre a vida e as obras de alguns artistas que retrataram o trabalhador rural em diferentes épocas: os pintores Jean-Baptiste Debret (1768-1848), José Ferraz de Almeida Júnior (1850-1899), Cândido Portinari (1903-1962) e o fotógrafo Sebastião Salgado. Pré-selecione materiais e oriente a turma a pesquisar em sites e na biblioteca da escola a fim de montar uma apresentação para os colegas sobre um dos artistas e as obras feitas por ele relacionadas ao trabalho rural. Cada grupo deve escolher um nome e selecionar obras para serem discutidas e analisadas coletivamente.

3ª etapa
Durante a elaboração das apresentações, acompanhe os estudantes, ensinando-os a apreciar as obras, relacioná-las ao contexto de vida do autor e ao entorno. No caso do artista francês Debret, deixe clara a importância de, na apresentação, expor que ele chega ao Brasil em 1816, com a Missão Artística Francesa, para colaborar com a corte portuguesa. Em Terras brasileiras, Debret encontra inspiração para retratar o cotidiano das pessoas que aqui viviam e deixa uma vasta mostra de imagens que retratam o trabalho realizado pelos escravos, mostrando as dificuldades da vida rural. Na obra Vendedores de Capim e de Leite, por exemplo, é possível observar escravos, no início do século 19, que eram utilizados por seus donos para a venda de produtos produzidos no campo. Em todos os planos eles podem ser vistos saindo para mais um dia de vendas, carregando os produtos a serem vendidos. Outro exemplo de apreciação e análise pode ser realizado com Almeida Junior. No final do século 19, ele é o primeiro artista brasileiro a mostrar o homem simples do campo, retratando a cultura caipira em uma tentativa de rompimento com os temas europeus, tão utilizados na época. Em seu trabalho, Almeida Junior exalta os costumes e a relação do homem com a terra, levando o observador a pensar sobre o nosso povo e conhecer nossas raízes caboclas. Na obra Caipira Picando Fumo, é possível observar um homem como a figura central, sentado próximo à porta de uma construção de pau a pique, com um olhar pensativo, gestos simples e desgaste nos pés e nas mãos. A face dele descansa sob o forte sol, para um ligeiro descanso da jornada de trabalho. Para explorar Portinari, uma sugestão é focar na obra Café. O artista sempre foi preocupado com a vida do trabalhador rural, talvez devido à influência sofrida durante seus primeiros anos de vida, vividos em uma fazenda na cidade de Brodósqui, no interior paulista. Na obra em questão, Portinari mostra os trabalhadores rurais na colheita do produto, convidando o observador a refletir sobre o difícil trabalho no campo, relacionando a força das mãos e pés do trabalhador com o plantar e o colher, misturando a terra aos corpos numa relação íntima de trabalho e respeito na conquista da terra. Lembre a turma de que o estudo deve ser um momento de apreciação e reconhecimento da importância do trabalho rural em diferentes momentos da história do Brasil. Deixe o Datashow à disposição para que eles elaborem o que mostrarão aos colegas.

4ª etapa
Organize os grupos para realizarem as apresentações sobre cada artista e, ao final de cada exposição, proponha que a turma faça perguntas aos colegas e comente as obras analisadas por eles.

5ª etapa
Retome a ideia de organizar uma exposição de fotos realizadas pelos estudantes sobre o trabalho e o trabalhador rural. Apresente aos alunos, com apoio de textos e imagens, uma aula expositiva sobre a história da fotografia e a fotografia no Brasil. Realize uma pesquisa prévia na internet para preparar a aula. Alguns sites recomendados: http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=3787 e http://www.sitedaescola.com/aulas_inovadoras/ju/A%20hist%F3ria%20da%20Fotografia.pdf.
Solicite que, na aula seguinte, os alunos que possuírem câmeras digitais, levem o equipamento à escola.

6ª etapa
Organize um momento para que os estudantes explorem os recursos disponíveis das câmeras e oriente o grupo a utilizá-las da melhor maneira possível a fim de obter boas fotos. Chame atenção para questões fundamentais, como a seleção da resolução das imagens: esse fator precisa ser adequado ao tamanho e à cor das fotos que se quer fazer. Apresente também algumas imagens pré-selecionadas por você e discuta as opções dos autores em relação ao foco, enquadramento e à luz. É importante esclarecer à turma que nem toda foto desfocada, por exemplo, é uma foto ruim. Ela pode revelar uma maneira diferente de olhar para determinada coisa. Aborde também a questão da fotografia em preto e branco, suas peculiaridades e o que é preciso considerar para lançar mão dela. Nesse momento do projeto, se for possível, é válido convidar um fotógrafo profissional para conversar com os jovens sobre a técnica.

7ª etapa
Prepare a turma para a realização de um laboratório de fotografia. Busque um lugar, de preferência próximo à escola que tenha a ver, de alguma maneira, com o trabalho e com o trabalhador rural, para que todos experimentem fotografar. O mercado de frutas, verduras e legumes da cidade, por exemplo, pode ser uma boa opção, tal como uma horta comunitária. Durante a saída, acompanhe os alunos e ajude-os a relacionar a teoria vista em sala com a prática. Observe as opções escolhidas por eles, questione a intenção de cada foto, faça comentários a respeito do enquadramento e de outros elementos técnicos. Estimule os jovens a fazer testes com o zoom e outros recursos.

8ª etapa
De volta à escola, peça que os estudantes criem uma pasta com o nome no computador e disponibilizem as fotografias para que você possa analisá-las. Avalie o material de cada aluno e selecione algumas imagens para serem discutidas coletivamente. Tenha o cuidado de eleger fotos com características diversas, para que o debate seja rico. Durante a conversa, aborde elementos técnicos (foco, enquadramento, luz e afins) e também comente questões relacionadas à intencionalidade de quem fez a foto e as impressões provocadas por quem aprecia a imagem.

9ª etapa
Peça que os alunos se dividam em duplas ou trios e pesquisem lugares que possam ir para fazer fotos para a exposição. Considere também a opção do trabalho individual. Lembre-os de que o importante é fotografar a relação do homem com o campo por meio do trabalho. Plantações, hortas particulares, jardins, estufas e criadouros são algumas das opções. Combine com a classe quantas fotos cada aluno, dupla ou trio, deverá apresentar de volta à escola.

10ª etapa
Ajude cada aluno, dupla ou trio a selecionar uma ou duas imagens para a exposição. Feito isso, reúna a classe para discutir a opção de cada colega. Peça que os jovens colaborem, comentando suas impressões, e lembre-os da importância de escolher um título para cada imagem.

11ª etapa
Providencie a ampliação das imagens selecionadas. Uma sugestão é escolher a opção "preto e branco", no tamanho de 20 x 30 centímetros, para melhor visualização do público. Para organizar a exposição, cuide para que todas as imagens tenham título e sejam acompanhadas do nome completo do autor. Peça que os alunos busquem lugares interessantes do bairro para realizar a exposição. Para além dos muros da escola, algum supermercado, por exemplo, pode ser uma opção interessante, pois geralmente é um espaço de grande circulação de pessoas.

12ª etapa
Oriente a moçada a produzir um texto de apresentação da exposição, para comunicar o público a finalidade do trabalho e orientar a apreciação das fotos.

Produto final
Exposição fotográfica sobre o trabalho e o trabalhador do campo.

Avaliação
Avalie as fotos produzidas pelos estudantes no que diz respeito às questões técnicas e também à qualidade do material em relação às intenções do autor. Realize uma rodada de apreciação coletiva das imagens e analise as falas dos alunos - mais do que "gostei", "não gostei", "a foto ficou boa" etc., é esperado que eles lancem mão do vocabulário visto em aula e façam comparações com as pinturas analisadas nos seminários. Especificamente, quanto à apreciação destas e das fotografias de Salgado, observe as aprendizagens durante a apresentação dos seminários.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Bullying na escola


Içami Tiba

Bullying e o instinto animal



Muito se tem falado sobre o bullying e, neste texto, abordarei o tema correlacionando-o com os instintos animais sob a ótica da Lei da Matilha.
Todos os animais têm instintos, que regem seus comportamentos. Todos os humanos são mamíferos e, em nós, são nítidos os instintos de sobrevivência e de perpetuação da espécie em cada um dos seus indivíduos. A grande diferença é que os humanos, por serem inteligentes, desenvolveram a civilização e a cidadania.  A lei instintiva da matilha procura eliminar seu componente mais fraco, mais lento ou defeituoso, pois estes enfraquecem a matilha, enquanto os civilizados os protegem.
Assim também temos resquícios de comportamentos animal nos relacionamentos sociais humanos.
Atualmente a educação de valores humanos da cidadania também foi atingida pelos acelerados avanços da civilização. A emancipação da mulher, a substituição da educação familiar pela escolar (com as crianças sendo levadas às escolas até com menos de 1 ano de idade), as dificuldades financeiras, o consumismo etc. trouxeram grandes diferenças nos funcionamentos das famílias. As crianças foram saciadas nas suas necessidades, o que é natural, e nas vontades, que precisariam ser educadas. Elas tornaram-se tiranas, mandando nos seus pais, chegando até mesmo a agredi-los fisicamente, por falta de limites e educação.
Pelo silêncio e não reação, os pais confirmaram esta tirania e os amados filhinhos tornaram-se tiranos não frustráveis, e quando frustrados reagem com violência. Ao agir, estas crianças seguem os conceitos humanos mais primitivos, quase instintos animais. Na família, o filho mais fraco é protegido pelos seus pais, mas seus irmãos em geral judiam dele, tiram vantagens pessoais da fraqueza dele: é o bullying sendo praticado dentro de casa.
Na escola, os alunos não aprendem somente o que os "professoras ensinam", pois eles imitam e copiam os comportamentos dos mais fortes, nunca do mais fraco. Os pais em casa, também por ficarem tanto tempo fora de dela, quando estão juntos com os filhos tornam-se tolerantes e submissos aos caprichos e delinquências dos tiranos domésticos.
Os tiranos domésticos tiranizam também nas ruas. A grande oportunidade para ser líder é descobrir quem não reage, o que tem medo, o que pode ser dominado. Esta não-reação é o principal componente para que o bullying prossiga. O agressor se torna líder e impõe à vítima toda a sorte de abusos. Este vítima, além da dificuldade de reagir, torna-se refém das suas ameaças e entra em pânico. É quando apresenta calado os sinais de abusado pelo bullying.
Não há dois líderes numa matilha. Um é líder e todos os outros são seguidores. Quando um mais fraco é atacado pelo líder, é atacado também pelos seus seguidores. Assim ocorre com o bullying. Quando um líder ataca a sua vítima, naturalmente outros jovens sem educação adotam o mais forte como líder e também atacam a mesma vítima. Somente entre os humanos educados é que emerge aquele que vai proteger a vítima, pois não somos animais.
Compreendendo-se esta dinâmica, os pais e professores terão melhores condições de combater o bullying, interferindo com ajuda à vítima e educação do líder abusador e seus seguidores. A vítima tem que aprender a se defender. O líder e seus seguidores têm que aprender a ser cidadãos. Estes trabalhos devem ser feitos na parceria entre pais e professores para transformar maus líderes em seguidores. Portanto, alguém tem que ser mais forte do que eles, já que esta é a linguagem que eles entendem.

Içami Tiba

Içami Tiba é psiquiatra e educador. Escreveu "Pais e Educadores de Alta Performance", "Quem Ama, Educa!" e mais 28 livros

Apostilas escolares são encontradas em depósito de lixo no interior de SP

Foram encontrados pelo menos seis pacotes de apostilas novas em depósito de materiais de Limeira (SP)
Essa é a realidade de nosso País, isso é uma vergonha.

Pelo menos seis pacotes com apostilas novas, que seriam utilizadas por alunos da rede estadual de Limeira, foram encontradas em um depósito de materiais recicláveis no bairro Vista Alegre. As caixas têm o logotipo do governo do Estado de São Paulo e estão identificadas como Kit Escolar 2013. O material deveria ser distribuído gratuitamente aos alunos pelas escolas.
Os pacotes estão divididos por disciplinas --geografia, arte, matemática, física, língua portuguesa e ciências-- e são destinados ao ensino médio e ao ensino fundamental. A proprietária do depósito de recicláveis, que pediu para não ser identificada, disse que recebeu as caixas há cerca de dois meses, mas que não sabia indicar quem havia levado o material até ela.
Edivaldo Mendes da Costa, coordenador da subsede de Limeira da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), viu fotos do material e confirmou que os livros são os mesmos utilizados hoje em sala de aula.
"Este mesmo material já foi usado no ano passado, está sendo utilizado este ano e pode ser usado em 2014", afirmou. De acordo com ele, a Apeoesp irá apurar o que aconteceu e estuda fazer uma representação no MPE (Ministério Público Estadual) para que a instituição investigue o caso. "É dinheiro público jogado fora. A Diretoria de Ensino precisa explicar o que aconteceu e punir os responsáveis", disse.
A Secretaria da Educação do Estado não informou quanto custa cada uma das apostilas, mas afirmou que vai instaurar uma sindicância para apurar o que ocorreu.
"A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo repudia qualquer tipo de desperdício de material e, diante das denúncias, a Diretoria Regional de Ensino de Limeira vai instaurar uma apuração preliminar", informou a secretaria, em nota. "Cabe salientar, contudo, que não houve prejuízo aos estudantes, pois todo o material deste ano já foi distribuído aos alunos da rede estadual de ensino na região", diz a nota.

fonte:  Eduardo Schiavoni
Do UOL, em Limeira (SP) 10/04/2013