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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Avaliando ansiedade em crianças


Postado por Renata Vianna em 17/12/2007
 Encontrei essa postagem e achei muito interessante, e quero compartilhar com vocês, minha sobrinha desenvolveu a sindrome do pânico, é um caso curioso e se não cuidado pode levar a loucura

Transtorno de Pânico
O transtorno do pânico se caracteriza por ataques de pânico recorrentes e inesperados seguidos por pelo menos um mês de preocupação em relação a possível reincidência do ataque. Este transtorno é composto, portanto, por componentes somáticos (as sensações de palpitação, tontura, sudorese, tremor e etc - que representam o ataque de pânico) e por componentes cognitivos (que podem ser resumidos pelo medo de apresentar novos sinais corporais de desconforto intenso).
Esta organização didática dos aspectos presentes no transtorno de pânico em somáticos e cognitivos nos leva a um questionamento: crianças que não atingiram ainda o pensamento abstrato podem ser diagnosticadas com esta doença? Alguns autores responderiam que não, o diagnóstico só pode ser feito depois desta fase. Outros diriam que sim, uma vez que existem relatos descritos na literatura sobre casos de crianças de até três anos apresentando este quadro. Para justificar esta segunda afirmação o argumento seria: crianças menores relacionariam o sintoma físico a objetos ou eventos externos, enquanto que o adolescente já começa a relacionar sua sintomatologia com seus sentimentos e sensações. Retrospectivamente adultos e adolescentes diagnosticados com o transtorno relatam que sua síndrome teve início durante sua infância, o que também corrobora com esta hipótese. Existem evidências de que o diagnóstico de pânico pode ser feito em crianças se houver uma boa investigação, com perguntas específicas.
Os avanços nas pesquisas sobre este transtorno na infância tem resultado num aumento de relato de casos. No entanto, a prevalência em adultos ainda é maior, girando em torno de 1,5% enquanto que em crianças este número cai para algo por volta dos 0,5%. Quando avaliamos a prevalência numa população clínica estes valores aumentam para 10% da amostra. Outro dado epidemiológico interessante é haver uma prevalência maior de meninas afetadas pelo pânico em comparação com meninos, 0,7% de meninas contra 0,4% de meninos.
Uma explicação possível para esta diferença entre o número de casos em adultos e em crianças é o fato de haver a síndrome de hiperventilação como um diagnóstico comum em pediatria com sintomas muito similares aos do transtorno de pânico. É interessante notar que um estudo que acompanhou a evolução de algumas crianças com esta síndrome identificou que 50% dos casos foi posteriormente diagnosticado com transtorno de ansiedade e 30 % com sintomas depressivos.
Apesar de toda esta discussão acerca do início precoce deste transtorno ansioso, os pesquisadores da área ainda entendem que o quadro mais comumente se inicia na adolescência, entre os quinze e vinte anos de idade, podendo ser até três vezes mais freqüente em meninas do que em meninos. O intervalo entre o início dos sintomas e o diagnóstico gira em torno de três anos. É mais provável acometer crianças ou adolescentes que já tiveram algum outro transtorno psiquiátrico, como por exemplo, transtorno de ansiedade de separação ou depressão. É comum ainda que haja história familiar de ataques de pânico ou doenças de humor. Este dado é interessante, pois uma série de estudos sugere haver um importante fator genético no transtorno de pânico. Pesquisas envolvendo gêmeos monozigóticos e dizigóticos apontam para uma maior prevalência nos monozigóticos. Da mesma forma, investigações envolvendo crianças adotadas com história positiva na família biológica e negativa na família adotiva em comparação com outras apresentaram como resultados uma maior incidência da doença nas crianças com história na família biológica.
Ainda hoje, o grande desafio enfrentado pelos profissionais de saúde mental quando o assunto é pânico é o diagnóstico diferencial com doenças como feocromocitoma, hipertireoidismo, distúrbios respiratórios e distúrbios cardíacos e até mesmo a epilepsia do lobo temporal (Vitiello, 1990).




http://www.disturbiodopanico.com.br

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