Há 300
anos, a festa do Círio de Nazaré é a mais comovente manifestação religiosa do
povo brasileiro, que teve início em 1793, hoje com mais de dois milhões de
pessoas, em Belém e com a participação dos Estados vizinhos, acontece uma
explosão de fé para reverenciar Nossa Senhora de Nazaré. São 15 dias de
homenagem à Virgem santíssima. É em Belém do Pará que a Virgem de Nazaré recebe
a maior expressão de fé e devoção. É aqui que acontece o que todos consideram a
maior procissão católica do mundo: o Círio de Nazaré. Mas, a crença em Nossa
Senhora não é privilégio só dos paraenses. Aliás, o culto a Maria Santíssima é
herança dos nossos irmãos portugueses. É de lá, mais precisamente de Praia
Grande, que se tem as primeiras notícias da devoção em Nossa Senhora. No Pará,
historiadores contam que o culto à Rainha dos Paraenses começou pelo município
de Vigia, antes mesmo da chegada dos padres jesuítas naquele município. Isso
teria sido em 1697.
O Círio de
Nazaré, celebrado no segundo domingo de outubro, hoje conta com cerca de 2
milhões de participantes e é um dos maiores cortejos católicos do Brasil e do
mundo. Na véspera do Círio, uma réplica da imagem de Nossa Senhora de Nazaré é
levada de uma capela próxima à basílica para a catedral da Sé, na procissão de
transladação. A procissão do Círio começa às 7 horas da manhã, na Sé, e
percorre 6 km de ruas, até a basílica. Durante 4 horas, ao som de rezas e
cantos monocórdios, a multidão acompanha a berlinda ornamentada que conduz a
santa. Muitos devotos, descalços, seguram a corda que protegem a berlinda com
tanta força que machucam as mãos; outros levam ex-votos, e alguns, também em
cumprimento de promessas, oferecem água aos participantes. Ao lado da basílica
é instalado o arraial de Nazaré com comitês e bebidas típicas e mercado de
artesanato. Durante a procissão dos barcos enfeitados que estão na baía Guajará
são lançados fogos de artifício. A festa dura 15 dias e termina com a procissão
do Recírio, na segunda-feira, que reconduz a réplica da imagem de Nossa Senhora
de Nazaré para a capela ao lado da basílica.
Em mais de 300 anos de veneração, fé, esperança e devoção na Virgem de Nazaré, várias cidades do Estado também escolheram a Mãe de Jesus como padroeira de seus filhos. Além de Belém e Vigia, os municípios de Bragança, Cametá, Marabá, Mãe do Rio, Macapazinho, São Miguel do Guamá, Soure, Muaná e São João de Pirabas realizam romarias em louvor a Nossa Senhora. Da fé em Maria nasceram procissões que ultrapassam as fronteiras do Pará. Atualmente, a imagem da Virgem de Nazaré peregrina por cidades de vários Estados brasileiros. Rio de Janeiro, São Paulo, Amazonas, Amapá, Ceará, Acre, Rondônia, Roraima e o Distrito Federal compartilham com os paraenses as bençãos de Nossa Senhora. É a fé unindo os povos em um só coração
Em mais de 300 anos de veneração, fé, esperança e devoção na Virgem de Nazaré, várias cidades do Estado também escolheram a Mãe de Jesus como padroeira de seus filhos. Além de Belém e Vigia, os municípios de Bragança, Cametá, Marabá, Mãe do Rio, Macapazinho, São Miguel do Guamá, Soure, Muaná e São João de Pirabas realizam romarias em louvor a Nossa Senhora. Da fé em Maria nasceram procissões que ultrapassam as fronteiras do Pará. Atualmente, a imagem da Virgem de Nazaré peregrina por cidades de vários Estados brasileiros. Rio de Janeiro, São Paulo, Amazonas, Amapá, Ceará, Acre, Rondônia, Roraima e o Distrito Federal compartilham com os paraenses as bençãos de Nossa Senhora. É a fé unindo os povos em um só coração
O Círio é a
expressão de dois sentimentos fortes do povo brasileiro: a fé religiosa e o
gosto pela festa. Durante os quinze dias que duram a festa, Belém é envolvida
por um espírito de união, onde a família paraense se confraterniza.O ponto alto
da festa é o almoço do Círio. Com mesa farta de comidas típicas de dar água na
boca: o pato no tucupi, a maniçoba, o tacacá ou o casquinho de caranguejo.... À
noite, o espetáculo é ver a Basílica iluminada, mais de 4.000 lâmpadas são
colocadas para fazer os contornos da Fachada da Basílica de Nazaré.
A LENDA
O Círio de
Nossa Senhora de Nazaré é realizado em Belém há 211 anos. Era fim de 1700.
Plácido era um caboclo da região. Certo dia, saiu para caçar no rumo do igarapé
Murutucu. Horas depois, após muito caminhar na mata, parou para refrescar-se
nas margens do igarapé e viu a imagem da Santa entre as pedras cheias de lodo.
Plácido
levou a imagem para sua casa e ali num altar humilde passou a venerar a Santa.
Mas, no dia seguinte a imagem havia sumido. Sem saber o que acontecera, Plácido
saiu andando pela estrada indo parar nas margens do Murutucu. Para sua
surpresa, a imagem estava novamente entre as pedras, no mesmo lugar onde fora
encontrada.
Dizem os
devotos, que a Santa sumiu outras vezes e essa história chegou ao conhecimento
do governador, que mandou levar a Imagem para o palácio e a manteve sob severa
vigilância. Mas, pela manhã a Imagem havia sumido novamente. Os devotos
concluíram que a Santa queria ficar às margens do Igarapé e lá construíram a
primeira Ermida.
O povo vem
desde então invocando a Santa e atribuindo a ela as muitas graças recebidas.
Foi assim que o culto nasceu e evoluiu.
DESCRIÇÃO
DA IMAGEM
A Imagem
encontrada por Plácido em 1700 tem 28 cm de altura e fica no Glória, no
Altar-mor da Basílica de Nazaré, em redoma de cristal. É uma senhora portuguesa
de seus trinta anos, e, nas nuvens onde repousa, vemos um rostinho de anjo.
Traz no braço esquerdo um menino aparentando dois anos de idade, que carrega um
globo. Logo em 1703, recebeu o primeiro
restauro. Até hoje, foi restaurada três vezes.
No dia 9 de
julho de 1980, o Papa João Paulo II abençoou, com a imagem da janela do
Arcebispado, o povo que estava na Praça da Sé.
A Imagem Peregrina, que sai no Círio, é uma cópia dela, mas não tão igual, dados ao rosto da senhora européia, e seu menino louro, traços de mulher da Amazônia, com seu menino meio índio, meio caboclo. Essa escultura foi feita na Itália, por Giacomo Mussner, a pedido do Pe. Miguel Giambelli, então Vigário de Nazaré, e foi colocada na Berlinda, pela primeira vez, ano de 1969. É também chamada de Senhora da Berlinda.
A Imagem Peregrina, que sai no Círio, é uma cópia dela, mas não tão igual, dados ao rosto da senhora européia, e seu menino louro, traços de mulher da Amazônia, com seu menino meio índio, meio caboclo. Essa escultura foi feita na Itália, por Giacomo Mussner, a pedido do Pe. Miguel Giambelli, então Vigário de Nazaré, e foi colocada na Berlinda, pela primeira vez, ano de 1969. É também chamada de Senhora da Berlinda.
A corda
utilizada na procissão do Círio de Nazaré é de sisal retorcido oleado, que pesa
uma tonelada e tem 350 metros, é o elo de ligação entre os fiéis, em uma
demonstração de devoção quase inacreditável. Há seis anos a corda dos
promesseiros era estendida no início da Avenida Boulevard Castilhos França,
onde era atrelada à berlinda de Nossa Senhora de Nazaré. Para facilitar a
procissão, este ano houve algumas mudanças. Na opinião de um devoto, o novo
formato lembra um “Terço católico”, com as cinco estações e na ponta o
triângulo que simboliza a santíssima Trindade. Para ele, o atrelamento da
Berlinda na corda representaria o terço em volta do pescoço da Santa, já que
tem o formato de uma seta. Antes, a corda tinha o formato de U. A nova corda
foi encomendada na Paraíba. Segundo Oswaldo Mendes, da coordenação do Círio,
esta comparação surpreendeu até os organizadores do evento. Segundo os devotos,
os milagres são muitos, desde a aquisição da casa própria, a cura de uma
doença, até a vida de uma criança salva, sem explicações médicas, segundo
relatos de centenas de mães que todos os anos levam seus filhos vestidos de
anjos, em um dos inúmeros carros e barcas especiais da procissão: Carro do
Caboclo Plácido, do Anjo Custódio, do Anjo Protetor da Cidade, dos Milagres de
Dom Fuás Roupinho, Brigue São João Batista e o carro da Santíssima Trindade.
Aproximadamente15
dias antes, no sábado e, principalmente, no domingo do Círio, os romeiros
devotos da santa vão chegando de todos os lugares. Muitos são de outros países
e estados, mas o caminho que trilham leva a um só lugar no domingo: a Igreja da
Sé, no bairro da Cidade Velha, onde começou a fundação de Belém, em 1616. Na
Sé, centenas de fiéis assistem à missa que antecede a grande romaria. Muitos
aguardam na frente da Catedral para garantir um lugar à Corda dos promesseiros,
símbolo mais importante do Círio, depois da berlinda que carrega a santa. Do
momento que inicia a procissão até a chegada da berlinda à Basílica de Nazaré,
a multidão, que faz o percurso de 4,5 quilômetros pelas principais ruas do
centro da cidade, chega a 1,8 milhões de pessoas. São cerca de 6 a 8 horas de
procissão, em uma temperatura média de 33ºC.
A imagem da
Santa à Catedral é aguardada por milhares de fiéis. Dali, ela sairá no domingo,
bem cedo, para a grande procissão do Círio, que é considerada uma das maiores
romarias católicas do mundo, por reunir mais cerca de 2,5 milhões de pessoas
nas ruas de Belém.
A mais
conhecida das procissões brasileiras, o Círio de Nazaré, em Belém do Pará, é um
conjunto vibrante de manifestações religiosas que expressam a identidade
cultural do povo amazônico. Quase 2.000.000 (dois milhões) de pessoas nas ruas
de Belém.
Sob o túnel
de mangueiras, característica de Belém, a multidão de devotos acompanha a berlinda
de Nossa Senhora de Nazaré.
Promesseiros do Círio
Agradecer,
pedir, prometer, ou simplesmente celebrar. O Círio de Nazaré comove pessoas de
todas as idades e classes sociais, que saem às ruas de Belém para acompanhar a
Virgem de Nazaré. Entre os promesseiros que seguem o trajeto da procissão, há
um grande número de estudantes e jovens. Pessoas que vão pedir ou agradecer a
aprovação no vestibular estão espalhados por todo o percurso, com maior
concentração na corda.
Os
pagamentos de promessas também chamam a atenção. Alguns jovens percorrem de
joelhos um longo caminho em busca da tão esperada benção de Maria.
Envolvidos
pela fé em Maria, promesseiros de várias partes do Pará emocionam quem acompanha o Círio de Nazaré com
as expressões de agradecimentos pelas graças alcançadas.
Boa
parte dos devotos carrega cruzes de madeira, miniaturas
de casas, barcos, carros, objetos de cera; outros percorrem descalços a
romaria; alguns vestem os filhos de anjos. Também há aqueles que distribuem
água.
Em
vários momentos, o sacrifício supera o limite da dor: a disputa por um lugar na
corda ou fiéis que seguem o trajeto ajoelhados demonstram a necessidade em agradecer Maria com mais fervor.
Muitos
fiéis acompanham a trasladação e seguem até a Igreja da Sé, onde acompanham a
missa matinal e seguem com muito sacrifício pagando suas promessas até o destino da Berlinda, a praça do do largo de
Nazaré, no CAN.
AUTO DO CÍRIO
Em sua trajetória de 18 anos O Auto do
Círio vem confirmar o tripé acadêmico de ensino/pesquisa/ extensão sendo eleito
objeto de pesquisa acadêmica em diversos trabalhos desenvolvidas nas
instituições de ensino como denso e rico campo de estudos para a produção
artístico-cultural da Amazônia.
Reconhecido como singular forma
dramática de teatro, o cortejo celebra a congregação de artistas
profissionais e amadores pelas ruas da Cidade de Belém. Nessa definição,
exprimem-se dois de seus mais caros objetivos: o exercício do caráter lúdico do
ser humano, aberto a toda e qualquer pessoa que queira experimentar a “dor e a
delícia” de ser artista (mesmo que por uma noite), remarca com cores vivas e
fortes a diversidade cultural de nossa região ao reunir em sua cena miscigenada
as várias linguagens, estilos e modalidades artísticas em sua prática espetacular
e a valorização de algumas das mais belas de nossas heranças históricas e
arquitetônicas.
Concebido como espetáculo itinerante, a
céu aberto, multiforme, o Auto, enquanto forma cênica, baseia-se em
manifestações ancestrais que ainda hoje sobrevivem em várias culturas e que
misturam o popular com o erudito, a oração com a dança, a fé com a alegria, o
crente com o ateu, o ribeirinho com o urbano e, assim, reitera o congraçamento
e a possibilidade de convivência respeitosa e pacífica dos atores sociaisO
Círio de Nazaré em suas diversas manifestações é uma espécie de respiro, de
bálsamo, de catarse sobre a velocidade que o ritmo da vida contemporânea impõe
a todos nós.
E é justamente isso que o Auto do Círio,
sendo festa e ritual, reflexão e carnaval, extrapola sua função intrínseca
(como projeto de ensino, pesquisa e extensão) e propicia a manifestação da mais
cara das funções da academia, qual seja, a de fazer retornar à sociedade o seu
caráter público, de serviço, de resposta aos desafios que a vida moderna nos
apresenta. Assim, o Auto do Círio é a Universidade
Federal do Pará nas ruas de mãos dadas com a população
que a sustenta, numa celebração alegre, festiva, lúdica e estética e que
privilegia a diversidade
Espetáculo a céu aberto Cortejo homenageia Nossa Senhora de Nazaré.
Auto do Círio de 2011 reuniu mais de 300
artistas nas ruas de Belém. (Foto: Alexandre Moraes/UFPA)
Auto
do círio.
Almoço do
Círio – Outro grande momento de emoção, nesta festa que é só emoção. Quando
termina a procissão do Círio, as famílias paraenses, as centenas de milhares de
pessoas que lotavam as ruas de Belém, voltam às suas casas, para confraternizar
em torno de mesas fartas, onde são servidas as mais deliciosas iguarias típicas
da terra: , É dia de muita festa, de matar as saudades, de rever os parentes e
amigos distantes, que chegam a vir de muito longe, até de outros países, só
para esse grande reencontro e para saborear um gostoso pato no tucupi, presença
obrigatória em todas as mesas no tradicional Almoço do Círio.
Não falta
na mesa do paraense a “Maniçoba”, um dos mais condimentados pratos da Amazônia,
talvez o mais indígena de todos. Maniva (folha de mandioca-brava), cozida por
pelo sete dias, toucinho, pé, orelha e língua de porco salgados,
paio, chouriço, linguiça, charque, entre outros. Até parece uma feijoada, mas
trata-se da maniçoba mesmo, e seu preparo dura vários dias. Servida com arroz
branco, farinha de mandioca e pimenta de cheiro, a maniçoba tem aroma e sabor
irresistíveis. Quanto ao tacacá, que nem sempre é servido na ceia do Círio, já
recebeu todas as denominações possíveis: saboroso, quente, exótico, picante
ardente e muito mais. Além do tucupi, sua preparação leva pimenta de cheiro,
camarão, goma da tapioca (também derivada da mandioca) e jambu, folha
originária da Amazônia, que provoca uma suave dormência nos lábios. As cores e
o aroma do tacacá, que só deve ser servido em cuias pretas, pintadas
artesanalmente, dão ao prato (alguns preferem chamar de sopa) uma
característica única.
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